Dia desses, sentada numa roda de amigos que estavam bebendo (no meu caso coca-cola, no deles cerveja) e rindo alto, pude perceber nossa simplicidade e quase que insignificância. Não minha, não das pessoas que eu amo, do ser humano em geral. Nós somos todos seres, vivendo nossas vidinhas medíocres. Apenas organismos pensantes em meio à todo um universo. Seres insignificantes envoltos em bolhas particulares, tentando dar importância as coisas e ser importantes. Você pode até não concordar com isso, eu também não quero concordar, não quero que seja só biologia e ponto. Mas, às vezes, é.
Tenho essa mania boba de não ver as pessoas como pessoas em si, mas sim vidas. Cada qual com seu jeito particular, cada qual se esgotando com sua própria medida de tempo. Tic-tac.
É meio aterrorizante ver as coisas assim, só gosto de pensar nisso quando pensar machuca, e quando eu realmente não quero dar importância a nada, mesmo que eu dê. É nesses dias que eu realmente me tranco no quarto (por que segundo minha mãe eu nunca saio dele), me escondo sob o edredom e choro por coisas bobas e sem fundamento. E é depois desses dias que eu vejo graça nas coisas, nas pessoas ao meu redor, nas coisas que eu faço e que sem nem perceber me deixam felizes, em tudo o que passou. A graça da coisa, a graciosidade da vida. E então eu percebo, por fim, o quão simples e grandiosa a vida é, mesmo que dentro de uma bolha, mesmo sendo só um ser qualquer perdido em meio a um universo.
E então vem a gratidão. Oh céus, eu sou toda gratidão. Sou grata pelos sorrisos, pelas lágrimas, pelas pessoas ao meu redor, pelas pessoas com quem eu posso contar, por tudo o que eu já fiz, por tudo o que me rendeu alegria, por tudo do qual eu pude tirar algum aprendizado. Por cada sensação, por cada sentimento, por cada dia, pela vida. E por cada texto maluco que tudo isso já me rendeu. Por que, no fim das contas, acho que essas são umas das únicas que eu faço e sinto prazer em fazer: viver e escrever.