As piores lembranças podem ser as mais marcantes, mas eu ainda me lembro das felizes. Das pessoas, das cidades, das viagens, das gargalhadas. Me lembro quando eu tinha 5 anos e me olhava no espelho imaginando como seria quando tivesse 12, e é, eu não sou ruiva. Mas sou muito melhor do que minhas piores hipóteses.
É, 12. E depois 13, 14, 15, 16... Ufa, ainda tenho muito para andar. Mas tenho que dizer que passou rápido.
12 anos de planos que eu não fiz, de realizações que não alcancei, e de tempo perdido com pessoas que eu não deveria ter gastado um segundo. As vezes, tenho que admitir, tenho vontade de voltar no tempo e mudar algumas coisas. Talvez assim eu fosse mais feliz.
" Mas, ei, menina! Olha ao seu redor, olha tudo o que você tem! Sua vida não é a melhor, mas é melhor do que muitas! " Essa voizinha tem razão. Talvez, sim, quando eu tinha cinco eu imaginava mais pra mim. Mas eu também imaginava unicórnios e casas feitas de doce, e isso não existe. Talvez eu tenha sim vontade de voltar no tempo, mas para me acalmar mas noites de pesadelos.
" Ei, menina, não chora! Tudo vai ficar bem ! Se acalma, tudo vai melhorar ! "
Talvez eu não se seja a mesma menina, sorridente, brincalhona, faladeira, com a mesma inocência, com a mesma essência. Talvez tudo tenha virado rotina, mas tudo vai ficar bem. Talvez eu me mude, conheça novas pessoas, faça novos amigos. Ah, esses ' talvezes' , essas incertezas, essa minha vida.
De uma coisa eu sou certa, com 24 esse texto não vai mudar muito. Eu vou continuar me olhando no espelho e me imaginando, vou continuar lembrando de coisas e me arrependo, lembrando de coisas e soltando gargalhadas sozinha, vou continuar dançando e cantando no chuveiro, vendo Bob Esponja e, com toda certeza, ainda vou ser viciada em chocolate e computadores. Talvez minha essência mude, mas é tudo questão de realizações. Com 24, eu com certeza vou ter mais. Essa é minha teoria dos 12 anos, e feliz doze pra vocês!